☕️ Café com Letras ☕

Pois é exatamente este “caos” da língua que permite ambiguidades, sutilezas, conotações, trocadilhos, metáforas, gírias, trava-línguas, ditados (“Boa romaria faz quem em casa fica em paz” ou “Amasiado com fé, casado é”), literatura e folclore; em suma, todo este tesouro que é a nossa Língua. Quando digo “tesouro”, não estou exagerando. Com um vocabulário de umas quinhentas palavras a gente consegue se comunicar nas situações do cotidiano. Com duas a três mil palavras já se é razoavelmente culto. Machado de Assis teria usado, em Memórias Póstumas de Brás Cubas, 6.700 palavras diferentes. Calcula-se que Shakespeare tenha usado 25 mil palavras diferentes do inglês no conjunto da obra dele. Parece muito, mas é pouco diante do número de verbetes dos dicionários atuais. O DICIONÁRIO AURÉLIO possui “milhares de verbetes, abonações, locuções e exemplos”; o DICIONÁRIO HOUAISS, mais de 230 mil verbetes; o MICHAELIS tem 167 mil verbetes e 350 mil acepções; o AULETE DIGITAL possui mais de 818 mil verbetes, definições e locuções em constante atualização.

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